segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Quarto 610-B - Medos

Foi lá em setembro que fiquei sabendo que após 2 meses teria que entrar em um lugar que não gosto de pisar, que não suporto o cheiro e que não me sinto nenhum pouco bem: um hospital.
Antes era o desejo que a data chegasse o mais rápido possível e todo o pavor acabasse após a aplicação da anestesia. E, no entanto, os dias foram passando e parece que esse pavor cada vez mais aumentava.
É tão difícil explicar o medo das pessoas.
Uns tem medo de baratas.
Outros de gatos.
E outros de morrer.
Eu?
Com toda certeza afirmo que meu maior medo é o de sentir dor. Mas não da dor como sofrimento, aquela que se sente quando um relacionamento acaba ou quando uma pessoa querida "parte".
Me refiro a esta dor:
A dor é mais que uma resposta resultante da integração central de impulsos dos nervos periféricos, ativados por estímulos locais. De fato a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão real ou potencial, ou descrita em termos de tal.
Por vezes fico pensando nisso e começo a associar este medo a algumas situações e que o medo não é da situação em si em sim se ela me causará dor.
Não tenho medo de cachorros de rua.
Não tenho medo de hospital.
Não tive medo da cirurgia.
Tive medo da dor que a anestesia provocaria. Daquela "picadinha" que todos falam e que para mim poderia ser um tiro de bazuca na coluna (mesmo não sabendo e não querendo saber como seria esta sensação).

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